Princípios de Design Instrucional - EDU621 - 3.3

Plano de Mídias nos Projetos de Design Instrucional

Conteúdo organizado por Deborah Costa e Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro Design Instrucional na Prática, publicado em 2008 por Andrea Filatro, pela editora Pearson Universidades.

Plano de Mídias nos Projetos de Design Instrucional

Objetivos de Aprendizagem

Introdução 

As tecnologias são grandes aliadas e representam grandes desafios ao design instrucional de um curso. As possibilidades cada vez maiores de interação oferecidas pelas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) oferecem aos designers instrucionais oportunidades para o desenvolvimento de cursos online

Pela condição de comunicabilidade e interatividade, cada uma dessas tecnologias é tratada no uso profissional como mídia, um conceito inicialmente restrito à área de comunicação. As mídias digitais referem-se, portanto, ao conjunto de aparatos tecnológicos que viabilizam a interação e a comunicação online para as mais diversas finalidades. 

Nesse sentido, cabe aos designers instrucionais analisar as características dos ambientes de aprendizagem em que o curso deve ser implementado. Entre estes ambientes estão os ambientes virtuais, isto é, os espaços virtuais pré-formatados (como o Moodle, o Blackboard, o Canvas entre outros) em que se encontram diversos recursos midiáticos (como o fórum, o wiki, o chat etc.), além da possibilidade de inserção de materiais em diferentes mídias (texto, áudio, vídeo, imagem) e de conexão com mídias sociais externas ao ambiente (Facebook, Twitter, Telegram). 

Por essas características, os ambientes virtuais são abertos às inovações produzidas para uso em espaços virtuais bidimensionais ou tridimensionais, que no nosso caso específico, possibilitarão o desenvolvimento de ações educacionais. 

Para Carvalho (2010),

Aprendemos em diferentes contextos e de diferentes maneiras. A busca por um equilíbrio faz com que pensemos sobre as ações pedagógicas mais democráticas que considerem os estilos de aprendizagem dos alunos, que redimensionem papéis do professor e do aluno, que revisem as premissas filosóficas e epistemológicas, que orientam as ações educativas e que inclua as TICs como ferramenta mediadora de aprendizagem.

Para facilitar a análise dessas mídias e considerar a mais adequada para uso em um projeto educacional, o designer instrucional pode utilizar modelos de análise, como o plano de mídias e a tabela de avaliação de mídias. 

Plano de mídias 

O plano de mídias ajuda na análise inicial do projeto educacional. As respostas às suas questões orientam a definição dos tipos de mídias que deverão utilizar para o modelo de curso escolhido. 

Para Lima, Vieira e Triska (2020), dentre os fatores a serem analisados no Plano de mídias encontramos:

1. Análise do contexto

Para quem? 
Para quê? 
Com que mídias? 
Como será o curso?

2. Análise do público-alvo 

Quem são os alunos? 
Onde eles estão? 
Existem alunos com deficiências?
Existem alunos de outros países? 
De onde vão acessar o curso e participar dele (instituição, casa, espaços públicos, ambientes externos...)? 
Que tipos de fluência tecnológica os alunos precisam ter para usar as mídias selecionadas para o curso?

3. Em relação às mídias selecionadas

Que tipo de mídia ou mix de mídias é o mais desejável para que o curso seja realizado? 
Qual é a vantagem da mídia escolhida para o curso (e o público-alvo) em relação a outros suportes/recursos? 
Que equipamentos (hardware, software, câmeras, etc.) serão necessários para o desenvolvimento do curso na instituição?
Como serão realizados os testes para a validação do projeto?

4.Plano de contingências

Questões e dúvidas a respeito das mídias escolhidas para o desenvolvimento do projeto e problemas possíveis de serem apresentados por elas.

A estruturação de um plano de mídias que atenda à diversidade do público e de contextos vai de encontro ao que Filatro (2010, 123) analisa frente à necessidade do mundo globalizado e informatizado:

Além da exploração direcionada de conteúdos, exigem-se combinações apropriadas de desafio e orientação, diálogo e personalização, autonomia e estrutura. O foco desloca-se da seleção de conteúdos, estratégias instrucionais e técnicas de aferição de conhecimentos para a projeção de ambientes favoráveis à aprendizagem, que retratam a flexibilidade e a multiplicidade inerente ao contexto educacional.

Nos ambientes educacionais, as mídias, os conteúdos, as interações e atividades favorecem o desenvolvimento da experimentação individual dos alunos. A estruturação da proposta tem foco no desenvolvimento progressivo do aluno, passando da etapa de não conhecimento para a de compreensão dos conceitos, continuando pela prática até o desenvolvimento da capacidade de ensinar o que aprendeu, fechando assim o ciclo da aprendizagem definido na ementa do projeto educacional.

saiba mais

A escolha e o uso de material didático digital por professores da educação superior: a evolução das TDIC no ambiente virtual de aprendizagem - Research, Society and Development, v. 12, n.3, e5612340395, 2023. Disponível em: https://bit.ly/33036  acesso em 18/11/2024

Em resumo

Estamos sempre em busca do ambiente ideal para oportunizar as experiências individuais dos alunos de modo a se desenvolverem continuamente dentro dos ambientes de aprendizagem. Apresentamos a importância de se ter um plano de mídias para que seja feita uma escolha coerente e consistente com o contexto em que o projeto educacional se insere e com os recursos que estão disponíveis. A escolha das mídias que irão compor o curso deve estar alinhada com as experiências que se pretende proporcionar ao aluno para que ele complete o ciclo de aprendizagem.

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

Carvalho, K B. (2010). TICs evolução e educação.

Filatro, A (2010). Design Instrucional contextualizado: educação e tecnologia. 3ª. Edição. São Paulo: Senac.

Filatro, A. (2008). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.

Lima, G F; Vieira, M L H, Vieira, A, Triska, R. O design instrucional e as mídias como suporte para Educação a Distância online.

Palloff, R. M. e Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.

Savioli, C e Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar, produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.

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Plano de Mídias nos Projetos de Design Instrucional

Imagens: Shutterstock

Livro de Referência:

Design instrucional na prática

Andrea Filatro

Pearson Universidades, 2008

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